Planejamento financeiro é um tema interessante, mas a maioria das pessoas não dão o devido valor, pois acham que dominam o assunto.
Dan Ariely, psicólogo e economista comportamental, relatou em sua pesquisa que geralmente mentimos ou omitimos informações quando a questão é dinheiro. Foram aplicadas duas perguntas: Você já mentiu? Você é honesto? As respostas em sua maioria foram: Sim, eu sou honesto e não minto. Segundo Ariely, todos nós em algum momento iremos mentir para os outros ou para nós mesmos. Quanto a pergunta sobre honestidade, existe um paradigma! Se a maioria das pessoas em algum momento irão omitir informações, como podem ser totalmente honestas? Não há como mentir e ser honesto ao mesmo tempo. Então, por que escolhemos trapacear e não admitir? Cientificamente, é porque quando olhamos no espelho pela manhã queremos ser reconhecidos como pessoas do bem. O nosso lado egoísta quer se beneficiar e portanto fingimos até o ponto de não prejudicar nossa auto imagem. Quando o motivo é financeiro, via de regra mentimos, porque no fundo queremos mais dinheiro.
As falhas que cometemos durante a construção patrimonial não são complexas, mas sim, da nossa falta de capacidade em lidar com assuntos complexos. São previsíveis e que insistimos em cometer continuamente. Por exemplo, o sacrifício em abrir mão hoje do dinheiro para economizar e usufruir na aposentadoria, para um projeto futuro ou para realizações de sonhos. Deixamos oportunidades passarem por que simplesmente ignoramos a complexidade em lidar com as finanças. Não há nada de errado em aproveitar os benefícios e comodidades que o dinheiro proporciona, todavia, precisamos desenvolver um olhar mais técnico e profundo a respeito dessas questões, entender como elas funcionam, tomar decisões assertivas e fazer planejamentos financeiros inteligentes e que realmente funcionem.
Veja o gráfico a seguir:
Quando estudamos um assunto do zero, rapidamente adquirimos conhecimento e nos sentimos donos da verdade, a isso chamamos excesso de confiança. A medida que o tempo passa, o tema se torna mais difícil e complexo. O ponto na curva onde descobrimos que não sabemos nada é o momento da virada do jogo, muitos desistem aqui! É um tempo de reflexão e humildade intelectual e se continuarmos a nos convencer de que sabemos algo sobre o mercado financeiro, estaremos fadados ao fracasso e a ruína. A humildade intelectual traz consigo uma curiosidade intelectual natural que precisa ser desenvolvida e nutrida de maneira a produzir resultados concretos a partir do conhecimento adquirido e empregado devidamente. Vejamos a seguinte afirmação:
Prometemos poupar para a aposentadoria, mas torramos todo o dinheiro nas férias!
Existe uma diferença entre aquilo que falamos e fazemos. Neste caso, usamos o dinheiro todo nas férias porque temos livre arbítrio em gastar, por outro lado, não somos tão racionais a ponto de todo o mês abrir mão de algo e guardar dinheiro para o futuro. Agora, através do aprendizado contínuo as coisas vão começar a fazer sentido, e em um determinado momento a prosperidade vem. Aqui há uma compreensão sobre a economia comportamental. A maioria de nós tem dificuldade em guardar dinheiro no final do mês, e isso é um erro sistemático. Quando reconhecemos que haverão falhas futuras de natureza humana, podemos nos antecipar a estes erros com o intuito de proteger o planejamento financeiro. É aqui que tudo começa a fazer sentido e começamos a entender alguma coisa sobre o tema. Deste ponto em diante, compreender os vieses comportamentais e seus efeitos e com humildade colocar em prática o conhecimento adquirido em prol de um futuro promissor, são ingredientes para um bom planejamento financeiro inteligente.
Como elaborar planejamentos financeiros inteligentes? Estamos à disposição para ajudá-lo nessa tarefa, auxiliando na realização de sonhos e a construir um patrimônio adequado e duradouro.
Um forte abraço,
Fabiano Alves Dencker
Consultor Financeiro Techfinance
Fonte: Livro: A (honesta) verdade sobre a desonestidade: Como mentimos para todo mundo, especialmente para nós mesmos, 2012 por Dan Ariely, Tradução 2021 por GMT Editores Ltda.
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